CAUSAS E FATORES ASSOCIADOS À PERDA DE MEMÓRIA E COMO ENFRENTÁ-LA
A memória é a forma como o cérebro adquire e armazena informações, sendo uma das funções mais complexas do organismo humano.
Podemos classificá-la como de curto prazo (ficam apenas por um curto período na consciência) e de longo prazo (permite que eventos anteriores sejam recordados).
Há duas maneiras pelas quais o cérebro adquire e armazena informações como memória de longo prazo: a memória de procedimento e a memória declarativa.
Declarativas (explícita): podem ser acessadas de forma consciente. Dentro deste grupo, existe a memória episódica (experiências autobiográficas) e a memória semântica (conceitos e conhecimento geral).
Não declarativa (implícita): o conteúdo é acessado de forma inconsciente, armazena dados relacionados à aquisição de habilidades mediante a repetição de uma atividade que segue sempre o mesmo padrão, relacionada ao aprendizado motor.
Esquecimento
O esquecimento é uma falha na retenção ou na evocação dos dados da memória. Trata-se de fenômeno muito comum que, em maior ou menor grau, ocorre com qualquer pessoa.
Nem todo esquecimento representa um problema de memória e nem todo problema de memória indica que a pessoa terá Doença de Alzheimer. Na verdade, ao contrário da crença popular, a Doença de Alzheimer não é a principal causa de esquecimentos.
Em pessoas com idade abaixo de 60 anos, as queixas de esquecimento são muito comuns, mas que não têm essa ligação. Existem muitas causas de esquecimento em eventos do dia a dia relacionados à ansiedade, que é algo muito prevalente nos dias atuais. O que acontece é que a ansiedade e o estresse ativam várias regiões do cérebro, causando desatenção e falta de concentração.
Saiba como diferenciar o alzheimer do envelhecimento
A perda de memória associada à idade é um declínio leve e normal do cérebro, à medida que envelhecemos.
Quem começa a sofrer perdas de memória, normalmente sente dificuldade com as memórias de curto prazo. Coisas como onde colocaram a chave do carro ou o que comeram na noite anterior.
A diferença entre esse esquecimento causado pelo envelhecimento, para aquele que é sintoma de demência ou Alzheimer, é que o primeiro não impede que a pessoa exerça suas atividades diárias.
A Doença de Alzheimer afeta o juízo e a consciência, impactando na qualidade de vida do paciente e de suas funções.
Já o idoso esquecido não perde suas faculdades mentais nem motoras. Existe, é claro, um declínio nessas funções. No entanto, ele acontece em uma intensidade que não causa impactos graves na rotina do idoso.
Dificuldade na memória: como enfrentá-la?
Esquecimentos ocasionais, dificuldades de concentração, confundir datas e coisas são situações que podem ocorrer com qualquer pessoa, principalmente quando se está sob pressão ou cansada, ou quando faz-se muitas coisas ao mesmo tempo. Essas situações passam a ser mais frequentes à medida que a pessoa envelhece, causando estresse tanto na pessoa cuidada quanto na família e no cuidador.
Perdas severas de memória podem estar relacionadas com traumatismos, doenças no cérebro, depressão ou outros transtornos de humor. Algumas dicas para ajudar na memória:
- Registrar em papel e fazer listas das coisas que pode esquecer, isso ajuda a organizar as atividades do dia-a-dia e a não esquecer coisas importantes.
- Estimular e desenvolver atividades que exercitam a memória, tais como: leitura, canto e palavras cruzadas, sudoku e xadrez.
- Você também pode estudar idiomas ou história, decorar poemas ou resolver problemas matemáticos.
Além destes estímulos, que você pode inserir facilmente na sua rotina diária, a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein sugere algumas outras mudanças nos seus hábitos de vida, como:
- Fazer exercícios físicos
- Manter uma alimentação saudável
- Não fumar
- Diminuir o consumo de bebidas alcoólicas
- Dormir o suficiente
- Participar de atividades sociais
- Realizar atividades intelectualmente estimulantes
- Fazer exames de rotina regularmente
- Evitar situações com alto nível de estresse
- Proteger a cabeça de lesões
Quando devo consultar um médico sobre o esquecimento?
Mudar alguns hábitos pode reduzir os problemas de esquecimento, porém fique atento aos sintomas mais graves
Como falamos, nem sempre as situações de esquecimento são sintomas de alguma doença mais grave, como demência ou Alzheimer.
Pode acontecer episódios de perda de memória por diversos outros motivos. Para algumas dessas causas, uma revisão nos seus hábitos de vida pode ser suficiente. Para outras, porém, você pode precisar de ajuda médica.
Sendo assim, procure um médico se você:
- Estiver com dificuldade de executar suas atividades diárias de rotina
- Não conseguir prestar atenção em algo específico
- Parecer confuso, sem foco ou desorientado
- Sentir-se deprimido e pensar em prejudicar a si mesmo
- Apresentar sintomas que indiquem problemas no sistema nervoso, como: dor de cabeça, dificuldade em utilizar ou compreender a fala, lentidão, problemas de visão ou tontura
Se você acredita que os seus problemas com esquecimento estão afetando o seu desempenho profissional ou dificultando a realização de atividades de rotina, procure um médico.
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