DOR DE CABEÇA FORTE: O QUE PODE SER?
Dificilmente encontraremos alguém que nunca teve um episódio de dor de cabeça. Se o problema for frequente, porém, é recomendável investigar com a ajuda de um especialista.
Dores de cabeça podem ocorrer em pessoas de todas as idades, desde o nascimento até a velhice. Essa queixa também comum na infância pode estar relacionada com um distúrbio físico, emocional ou psicológico, ou ainda ser efeito colateral de algum medicamento.
Causas da dor de cabeça: cefaleias primárias e secundárias
Na avaliação da causa, classifica-se inicialmente a dor do paciente em dois grandes grupos: as chamadas cefaleias (dores de cabeça) primárias e as secundárias. As primárias são aquelas em que não se descobre uma alteração física nos exames. O diagnóstico se faz pela característica da dor, descrita pelo paciente. Já as cefaleias secundárias têm uma causa identificável, seja na consulta, seja nos exames complementares, como tomografia, ressonância e outros. Isto ocorre com as sinusites, meningites, tumores cerebrais ou lesões cervicais. Estas podem ser causas graves, que precisam de um diagnóstico preciso e precoce.
Tipos e sintomas
Existem inúmeros tipos de cefaleias primárias. Os mais frequentes são a cefaleia tensional, a cefaleia em salvas e a enxaqueca.
A cefaleia tensional costuma ser a mais prevalente e pode ser episódica ou crônica. Como o nome diz, pode estar relacionada com a tensão prolongada da musculatura cervical (ao redor do pescoço) e da musculatura ao redor do crânio. Em geral, é uma dor em peso ou aperto, bilateral, de intensidade leve ou moderada, que se manifesta na testa, na nuca ou na parte de cima da cabeça. A duração da crise varia bastante. No entanto, em geral não impede que a pessoa exerça suas atividades rotineiras.
Na cefaleia em salvas, a dor é pulsátil, muito forte, de um lado só, na região têmporo-frontal, na face e na órbita ou no fundo de um dos olhos, geralmente associada a agitação. Queda da pálpebra, congestão ocular (o olho fica vermelho e lacrimejante), obstrução nasal e coriza são outros sintomas que se manifestam também no lado afetado pela dor. As crises vêm agrupadas, são diárias (de uma a oito por dia), muitas vezes ocorrem durante a noite, e podem repetir-se por dias ou meses. Assim como desaparece de uma hora para outra, pode voltar de repente. Ela se manifesta mais nos homens do que nas mulheres, durante a segunda e terceira décadas da vida.
A Enxaqueca, ao contrário, afeta mais as mulheres. É um distúrbio neurovascular crônico, multifatorial e incapacitante. As crises podem surgir em qualquer idade, mas é mais comum terem início na adolescência ou no adulto jovem. O sintoma característico é a dor de cabeça unilateral e latejante, de intensidade média ou forte, que pode ser precedida por uma aura premonitória (visão embaçada ou aparecimento de pontos luminosos, manchas ou linhas em zigue-zague). Outros sintomas são náuseas, vômitos, sensibilidade à luz, aos sons, aos movimentos e irritabilidade.
A importância de buscar um diagnóstico profissional
Primeiramente, o paciente que tem dor de cabeça deve buscar um diagnóstico apropriado. Apesar de isso parecer óbvio, a maioria das pessoas ainda recorre à automedicação ou à orientação de pessoas não capacitadas. Essa conduta pode ser muito perigosa, tanto por não trazer o tratamento mais eficaz, como por retardar o diagnóstico de uma possível causa mais grave.
Recomendações
Deve ser encaminhada para assistência médica imediata a pessoa com dor de cabeça forte, que surge de repente, ou persiste por dias, não cede com o uso de analgésicos comuns, que piora progressivamente e está associada a sintomas como confusão mental, sonolência, febre alta, desmaios, convulsões, rigidez da nuca ou alterações motoras.