Clínica Neurológica
6 min readOct 5, 2020

QUAIS AS DOENÇAS NEUROLÓGICAS MAIS COMUNS

Doenças neurológicas são distúrbios que afetam o sistema nervoso, formado pelo cérebro, pela medula espinhal, pelos nervos e pela junção neuromuscular. Como o sistema está envolvido diretamente com diversas funções do corpo, as doenças podem ser apresentadas de diversas formas.

Essas doenças englobam uma série de condições que afetem diversas áreas e regiões do sistema nervoso. Dessa forma, os sintomas variam muito conforme a natureza da condição podendo incluir dores, transtornos do sono, alteração na consciência, distúrbios dos sentidos, mau funcionamento dos músculos, prejuízo da função mental, entre outros.

Em alguns casos, as doenças são neurodegenerativas, ou seja, causam a destruição gradual e irreversível dos neurônios. Isso significa que com o passar do tempo as condições vão avançando e trazendo um grau maior de comprometimento, fazendo com que os pacientes apresentem sintomas mais intensos, de forma progressiva.

Confira agora uma lista com as mais comuns doenças neurológicas:

Cefaleias/Dores de cabeça

A cefaleia é um termo médico usado para retratar o que conhecemos como dor de cabeça. Esse problema pode ser apresentado como uma leve dor de cabeça mas também pode ser acompanhada de sintomas como náuseas e sensibilidade à luz, podendo caracterizar assim, uma enxaqueca.

Existem diversos tipos de dores de cabeça, entre elas podemos destacar algumas a seguir:

Migrânea/enxaqueca: É uma dor forte, geralmente em um dos lados da cabeça, associada a enjoo e/ou vômitos e a sensibilidade a luz e ao som, que piora com o exercício físico e que pode deixar o paciente incapacitado de fazer suas atividades diárias pela dor.

Cefaleia tensional: Essa dor geralmente é leve, surge ao fim do dia, com a sensação de “pressão na cabeça”, e pode estar relacionada a tensão ou estresse;

Cefaleia em salvas: Esse tipo de dor, costuma surgir em apenas um lado da cabeça, como ondas pulsantes e não de forma constante, associada a agitação, deixando o paciente inquieto no momento da crise de dor intensa. Pode ser desencadeada por cheiros de solventes e ingestão de álcool.

Cefaleia cervicogênica: Neste caso, a cefaleia pode iniciar no pescoço e está relacionada a alterações na coluna cervical ou tecidos moles do pescoço.

Acidente Vascular Cerebral

O Acidente Vascular Cerebral isquêmico, também conhecido como AVCi, ocorre quando o fornecimento de sangue para o cérebro é interrompido ou reduzido de forma significativa, privando as células de oxigênio e outros nutrientes. Existe também o AVC Hemorrágico, que ocorre quando acontece um rompimento de um vaso sanguíneo, causando uma hemorragia (sangramento) cerebral.

É muito importante estar atento aos sintomas para conseguir identificar um AVC e procurar ajuda profissional o mais rápido possível. Quando mais rápido o atendimento, tanto no AVC Isquêmico quanto no Hemorrágico, melhores são os prognósticos (chance de que o paciente fique melhor) do paciente. Separamos abaixo alguns dos sintomas mais comuns do AVC, para que você possa estar atento. Confira!

  • Dificuldades na fala e comunicação;
  • Perda de sensibilidade em apenas um lado do corpo;
  • Perda de visão;
  • Paralisia ou fraqueza de um lado do corpo.
  • Assimetria da face ou dos olhos

Epilepsia

A Epilepsia é uma alteração do funcionamento do cérebro. Durante um pequeno período de tempo, uma parte do cérebro emite sinais incorretos. Esses sinais podem ficar restritos a apenas um local do cérebro ou podem ser espalhados. Se forem apenas sinais restritos, essa crise é chamada de focal. Mas caso se espalhe e atinja os dois hemisférios do cérebro, é chamada de crise generalizada.

A Epilepsia é tratada com uso de medicação, que tem como objetivo interromper o acontecimento das crises, bloqueando a atividade anormal do cérebro.

  • Lembrando que apenas um médico pode receitar e indicar qual o melhor tratamento para cada paciente.

Distúrbios do Sono

São problemas que geram dificuldades na hora do sono. Os mais três principais grupos são a insônia, a sonolência excessiva e os comportamentos anormais durante o sono.

A Insônia consiste na dificuldade de pegar no sono e conseguir mantê-lo durante a noite ou dormir e acordar com a sensação de que não descansou, ocasionando sonolência durante o dia. Esse problema está ligado a diversos fatores, entre eles podemos citar o estresse, ansiedade, depressão e maus hábitos de sono. Problemas na respiração e na tireoide também podem estar relacionadas.

A sonolência excessiva é quando o sono (muitas vezes incontrolável) acontece em momentos em que é necessário estar atento, como ao dirigir, em palestras ou cinema. Ela pode estar relacionada a dormir menos do que o necessário, distúrbios do sono como, por exemplo, a apneia do sono, alterações no ritmo circadiano (desencontro entre o relógio biológico e os horários sociais) ou outros mais raros como a narcolepsia.

Os comportamentos anormais durante o sono englobam diversas doenças, como o sonambulismo, despertar confusional, terror noturno, enurese noturna, distúrbio comportamental do sono REM e a apneia do sono.

Demências e Doença de Alzheimer

Diferente do que muito pensam, a demência não é a mesma coisa que a Doença de Alzheimer. Ela é um conjunto com mais de 150 tipos de doenças diferentes, que inclui o Alzheimer.

A demência é quando há perda de uma das funções cognitivas, que leva a perda das função do paciente e de sua independência.

A doença de Alzheimer, que é a causa mais comum de demência, é uma doença neurológica conhecida por afetar principalmente a memória de idosos, mas também possui outros problemas associados, como, o declínio gradual da capacidade de julgamento, raciocínio e aprendizagem.

Sintomas que são frequentes na Doença de Alzheimer são a confusão mental, mudanças de personalidade, dificuldade com a linguagem, problemas para realizar tarefas do dia a dia e comportamento inapropriado, mas o sintoma inicial mais comum é a perda de memória recente.

Parkinson

O Parkinson é uma doença progressiva neurodegenerativa, caracterizada pelo tremor em repouso que geralmente se inicia em apenas um lado, pela rigidez, pela lentidão motora e pela perda de equilíbrio. Essa doença é mais comum entre os 50 e 80 anos, e pode ter outros sintomas, que chamamos de sintomas não motores.

Os sintomas não motores mais comuns são a diminuição do olfato, constipação, alterações do humor como depressão, ansiedade e apatia, distúrbios do sono, cansaço, sono excessivo durante o dia e alterações urinárias como urgência e incontinência urinária.

Esclerose múltipla

Diferente do Parkinson e do Alzheimer, a esclerose múltipla atinge uma faixa mais jovem, entre 20 e 40 anos, principalmente nas mulheres. Ela provoca lesões no cérebro e na medula espinhal, devido a uma condição autoimune, na qual o sistema imunológico ataca o revestimento dos neurônios.

Ela pode se manifestar por diversos sintomas, como cansaço, fraqueza muscular, alteração visual, alteração do equilíbrio, disfunção intestinal e da bexiga. No início, os sintomas podem ocorrer em surtos e remissões, ou seja, eles vão e voltam, e com o passar do tempo eles podem se tornar mais graves e progressivos.

Esclerose lateral amiotrófica (ELA)

É uma doença neurodegenerativa progressiva e irreversível, que leva o paciente a desenvolver gradualmente uma paralisia motora. Os fatores de risco mais conhecidos são a história familiar e a idade, sendo mais comum entre os 60 a 75 anos..

Com o passar do tempo, a ELA acaba impossibilitando que a pessoa realize tarefas simples do dia a dia, como se levantar, pegar objetos, subir e descer escadas e até mesmo falar e se alimentar, além de afetar também os músculos que são envolvidos na respiração.

Apesar desses problemas, a capacidade cognitiva é preservada, o que faz com que o paciente tenha consciência do seu quadro clínico.

Essas são algumas das doenças que encontramos no consultório na neurologia.

Embora algumas dessas doenças sejam graves, elas possuem tratamento, oferecendo uma qualidade de vida melhor e podendo retardar a evolução dos sintomas no caso das doenças progressivas.

Esses tratamentos podem ser feitos com medicamentos, fisioterapia, fonoterapia, terapia ocupacional, entre outros. Mas para que a pessoa tenha acesso ao tratamento correto para o seu caso, é necessário receber um diagnóstico de um neurologista sobre a sua condição.

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